Charles chaplin:

“Não preciso me drogar para ser um gênio;

Não preciso ser um gênio para ser humano;

Mas preciso do seu sorriso para ser feliz”

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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

o grande ditador


Charles Chaplin 

Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar - se possível - judeus, o gentio... negros... brancos. 







Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades. 







O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. 







A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: "Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá. 







Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos! 







Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice. 







É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos! 







Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos! 

quinta-feira, 24 de junho de 2010

terça-feira, 22 de junho de 2010








O Garoto (The Kid, 1921): 








“filme com um sorriso, e talvez uma lágrima”,  O Garoto sintetiza a carreira e o modo de fazer filmes de Chaplin:

um grande tino para a comédia aliado a uma profunda sensibilidade para o ser humano. Entretanto, apesar das antológicas cenas engraçadas, esse é talvez o filme mais triste de Chaplin.

O filho recém-nascido do gênio morreu no início das filmagens, e isso afetou o tom do filme, que acabou cheio de cenas de uma beleza que dói.

Jackie Coogan, o garoto, tornou-se a primeira celebridade juvenil do mundo, embora não tenha feito uma grande carreira após esse filme.

Como o próprio Chaplin disse, ao receber seu Oscar honorário (e ser ovacionado por vários minutos), palavras são fúteis para descrever, então vejam O Garoto, e entendam do que eu estou falando.

fonte:

quinta-feira, 17 de junho de 2010



Um atira pedras às janelas, enquanto o outro aparece - ao mesmo tempo - para oferecer os seus serviços como perito em reparação de janelas.

É uma trapaça perfeita como tudo o resto neste incontronável clássico da obra de Charlie Chaplin, cuja combinação excepcional de risos e emoção mudou para sempre a história da comédia no cinema.

Pela primeira vez enquanto realizador Chaplin experimenta a longa-metragem como formato para narrar as peripécias do atrevido e inesquecível Vagabundo (Chaplin) e do seu novo companheiro de aventuras (Jackie Coogan que estreava aos 6 anos), que se torna o inseparável parceiro do Vagabundo quando este o salva de uma grande encrenca.

Algumas das cenas memoráveis deste filme incluem uma excepcional lição sobre bons modos à mesa, uma briga com um Durão e os sonhos angelicais do Vagabundo.

Um filme imortal!

fonte:

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O filme Em Busca do Ouro [The Gold Rush, 1925, estrelado por Charles Chaplin, Mack Swain, Georgia Hale.] (1925), escrito e dirigido por Charles Chaplin, foi a obra preferida de seu autor. Retrata-se um enredo simples, que, de tão bem interpretado pelo elenco relativamente pequeno, marcou definitivamente a história do cinema. E, apesar do alto custo da produção, foi a realização mais lucrativa para Chaplin.

Trata-se de uma história ambientada no século XIX, no Alasca, durante o fluxo demográfico da “Corrida do Ouro”. Chaplin representa um viajante solitário que acaba, durante uma tempestade de neve, entrando em uma cabana nas montanhas, onde se escondia um fora-da-lei, que tenta expulsá-lo. Um terceiro personagem, que havia encontrado uma “montanha de ouro”, também chega à cabana. A tempestade dura dias, e eles começam a sentir os efeitos da demora. Por sorteio, o bandido é designado para ir buscar comida, mas não retorna. Chaplin e o outro viajante começam a enfrentar os efeitos da fome.

Há duas seqüências particularmente memoráveis no filme: uma em que Chaplin cozinha sua bota e a come junto com seu companheiro de penúria; e a outra é a famosa “dança dos pãezinhos”, em que Chaplin, munido de dois garfos e de dois pães (simulando pernas e pés), imita uma dança. Isso quando o enredo se torna mais leve – Chaplin encontrando Georgia [dançarina], com quem almeja se casar algum dia, e o companheiro de Chaplin perdendo a memória, não podendo, assim, registrar sua “montanha de ouro”.

É claro que, pelo simples fato de abordar temas como a penúria, a expectativa de enriquecimento imediato, e a forte concorrência em busca do ouro, o fator político do filme pode ser e tem sido examinado por muitos e de várias maneiras – às vezes até mesmo excludentes entre si. Proponho, em vez de mais um exame desse tipo, apenas abstrair o papel do ouro (que, no filme, poucas vezes é mostrado) como eixo central de uma breve análise da situação monetária no contexto da política mundial da atualidade. Essa análise inevitavelmente aborda os temas da penúria, da expectativa de rápido enriquecimento, e da concorrência econômica, unindo a eles a idéia do ouro [O argumento a ser apresentado foi proposto por H. H. Hope, em “Govermment, Money, and International Politics”, em Etica & Politica, Trieste, n.2, 2003. Para mais, ver M. N. Rothbard, What Has the Government Done to Our Money? Auburn: Mises Inst., 1990.].